14 de março de 2017
O pulsar do granito
O granito enfeita a região de uma forma majestosa. Assim, transcrevemos um texto magnífico da autoria de Júlio Resende. Vem a propósito do granito. Pode perfeitamente adequar-se à paisagem que nos rodeia.
“De alto a baixo, diante de nós, uma proliferação de formas subjugadas na mancha poderosa da neutralidade granítica (…)
Aflora a tua mão à superfície dessa pedra vivida na quentura do sol e na humidade do nevoeiro. Que sentes tu? Decerto que a rugosidade granítica a ferir a polpa dos dedos, marcando-os e marcando-te demoradamente para todo o sempre. Se um dos prazeres da pintura poderá ser o de imaginá-la, sentindo-a tactilmente, porque não procurar o reconhecimento de uma paisagem através do sentir táctil? Essa pedra aí está num desafio aos tempos do betão, falando sobranceiramente uma linguagem dura e sem artifícios.
Na mão ficou aquela textura a perdurar, no coração o reflexo da sua marca.”
Júlio Resende
A propósito da “Ribeira Negra”, Painel de Azulejo, no Porto, junto à Ponte Luís I.
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